Solenidade de entrega de medalhas e certificados da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica com alunos e professores do Instituto Olavo Bilac - 2014. |
Já imaginou uma escola que faz dos estudantes aspirantes a
cientistas? E que tal um professor que torna as aulas de ciências uma jornada
rumo a novos horizontes? Poderia parecer utópico se fosse só discurso, mas na
verdade trata-se de um bom exemplo dado pelo professor Felipe Torres e seus
alunos no Instituto Olavo Bilac, em Santa Cruz do Capibaribe, interior de Pernambuco.
Entre os destaques da edição
anterior, mencionamos os alunos Renan Brito que no 7º ano foi medalha de bronze
e Laura Victória que no 9º conseguiu a Medalha de ouro pelo desempenho alcançado
na XVII Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) no Rio de
Janeiro (RJ).
A receita? Dedicação e
incentivo ao estudo da astronomia. Claro que uma boa dose de atividades
práticas também é fundamental e elas também fazem parte do processo de
aprendizado na escola.
Professor Felipe Torres e estudantes do Instituto Olavo Bilac na primeira etapa da construção dos foguetes (nível 02). |
Aliás, as aulas práticas são uma
característica das aulas do professor Felipe, afinal, ciência é uma atividade
humana e não um mero discurso. Foi fazendo valer essa ideia que a escola
abraçou a causa de preparar os estudantes para a OBA e os resultados são mais
que compensatórios. São motivo de orgulho.
Não haveria outro jeito de
encerrar esta postagem, senão parabenizando a escola em seu conjunto, em
especial aos alunos, pequenos vencedores que estão descobrindo na astronomia um
sentido novo para sua educação. E é claro, gostaríamos de ver mais desses no
nosso país. Esperamos que o belo exemplo mostrado aqui inspire professores e
alunos a repensar seus papéis na construção do conhecimento. Afinal, com um
pouco mais de amor pelo ofício e um olhar diferente sobre a realidade, o céu é
o limite: já disse o poeta...
Via Láctea
(trecho XIII)
“Ora (direis)
ouvir estrelas! Certo
Perdeste o
senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para
ouvi-las, muita vez desperto
E abro as
janelas, pálido de espanto…
E conversamos
toda a noite, enquanto
A Via Láctea,
como um pálio aberto,
Cintila. E, ao
vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as
procuro pelo céu deserto.
Direis agora!
“Tresloucado amigo!
Que conversas
com elas? Que sentido
Tem o que
dizem, quando estão contigo?”
E eu vos
direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem
ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir
e de entender estrelas.”
(Olavo Bilac)