segunda-feira, 1 de abril de 2013

Argumento 4 – Processos naturais criam nova informação genética constantemente.






                                                                                                   Herbert Araújo

       Muitos dizem que a evolução não é possível porque supostamente o DNA não evolui, já que todos os seres vivos possuem a mesma constituição molecular básica no seu DNA. Isso é reducionismo constitutivo, ou seja, interpretação errada que surge quando queremos explicar o mundo vivo por meras descrições moleculares. O DNA não funciona como as demais moléculas.

     O DNA é uma longa molécula constituída por uma sequência de unidades básicas, como uma corrente com muitos elos, e, tais unidades, chamadas nucleotídeos, que por sua vez, são formados por três diferentes tipos de moléculas cujos nomes você não precisa decorar aqui: um açúcar (desoxirribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada. Essa estrutura básica está presente em todos os seres vivos e essa sequência de unidades moleculares forma o famoso código genético, que confere (junto com influências ambientais) as características dos seres vivos, como cor e forma de partes como nossos cabelos, olhos, músculos...

      Se o código é formado por uma sequência e quantidade de moléculas (unidades, nucleotídeos), então vejamos por uma explicação simples como nova informação é criada. Digamos que a senha de seu e-mail seja 1234. Para modificarmos essa senha podemos fazê-lo de 4 maneiras básicas: a) retirando uma ou mais unidades (por exemplo, ela não será reconhecida se você digitar 134); b) mantendo a quantidade de unidades, mas substituindo algum trecho da senha (1235); invertendo a ordem de todo ou parte do código (4321 ou 1243) ou adicionando unidades (12345). O computador só reconhecerá a senha 1234, pois as demais representam nova informação. De modo semelhante, não é necessário que surja um novo tipo de substância para que nova informação genética seja criada e o código genético evolui (surge nova informação) sempre que há substituição, exclusão, adição ou inversão das suas unidades básicas.

       O evento de troca ou recombinação ocorre primariamente durante a meiose (reprodução celular), com o alinhamento de cromossomos homólogos (em pares). Ocorre um processo de permuta, ou troca de fragmentos de DNA (crossing over). Isto usualmente resulta em troca igual e recíproca de informação genética entre cromossomos homólogos – aos pares. Se os cromossomos homólogos possuem alelos (genes) diferentes, a permutação pode produzir diferenças genéticas hereditárias de ligação observáveis, o que é muito frequente. Além da permutação, há um outro mecanismo que pode resultar em rápidas alterações no material genético. Sequências similares em cromossomos podem, ocasionalmente parear e eliminar quaisquer sequências que sejam diferentes entre si. Isto pode resultar em fixação acidental de uma ou outra variante, gerando um tipo de “substituição” (conversão gênica). Além disso, é chamativo o fato de que a Doutora Barbara McClintock, estudando milho multicolorido, detectou pela primeira vez genes que são móveis, que mudam de lugar entre cromossomos, esses elementos móveis (transpósons), alteram o código genético e causam mutações (mais informação genética!) por meio da transposição, mais uma “evidência empírica” de que o DNA evolui.

Argumento 5


Nenhum comentário: