segunda-feira, 8 de abril de 2013

Argumento 5 – A evolução não é um simples acaso.






           Nova informação genética e novas características nos organismos podem surgir por acaso, por meio de poliploidia, transposição, crossing over e um número infinito de mutações que ocorrem por acaso, mas não é o acaso que determina quais características vão prevalecer, e sim as exigências do meio em que vivem esses organismos.

           Muitas vezes um dos motivos pelos quais as ideias evolucionistas são rejeitadas é pelo simples fato de algumas pessoas imbuídas do pensamento humanista misturado com certa dose de orgulho não aceitarem que o código genético humano tenha surgido por “acaso” durante a evolução. Outros, como o grande filósofo e teólogo William Lane Craig, defendem algo como a impossibilidade de o código genético humano ter surgido do acaso, ou “naturalmente” (discutindo em termos probabilísticos). Concordo com o Dr. Craig em muitas de suas firmações, mas para quem conhece os processos biológicos, é um completo equívoco basear uma afirmação acerca dos processos evolutivos em simples cálculos probabilísticos (geralmente feitos por físicos, e não por geneticistas ou ecólogos), por motivos muito simples...

            Primeiro, a ciência atualmente considera que para cada problema, deve ser aplicado o método especialmente desenvolvido para o estudo daquele problema ou área do conhecimento (métodos da anatomia não explicam processos geológicos, por exemplo), ainda assim, como afirma Morin, esses métodos precisam ser sempre revistos e aperfeiçoados. Isso torna um ultraje, uma ofensa ao proceder científico sério e rigoroso alguém desconsiderar centenas de trabalhos feitos por especialistas e querer trazer um cálculo desenvolvido em sua área, para fazer afirmações sobre um fenômeno completamente diferente. Sou um verdadeiro fã da física, mas quando físicos querem tratar de problemas como metabolismo de DNA, deveriam lembrar que se existem cálculos específicos para vetores e outros cálculos para a calorimetria, é porque não é conveniente fazer uma conversão da escala Celsius para Fahrenheit utilizando a Segunda Lei de Newton.

          Segundo, antes que alguém diga que a biologia não sabe lidar com cálculos, devemos lembrar que há cálculos específicos para frequência de recombinação gênica, mapeamento genético, primeira e segunda leis de Mendel (muitos criacionistas radicais parecem só conhecer as leis de Mendel), dinâmica populacional, biogeografia de ilhas e muitos outros. O que admiro nos biólogos é que eles sabem quando os cálculos não são suficientes, enquanto que as pessoas que não sabem fazer cálculos, acreditam muito naqueles que dizem saber fazê-los.

         No próximo argumento vou discutir a afirmação recorrente feita por alguns famosos (como Adauto Lourenço), segundo a qual a derrubada da ideia de geração espontânea aristotélica (abiogênese) e comprovação da biogênese por Luis Pasteur, seria uma prova contra a evolução, mas isso, é facilmente refutado se considerarmos algo que o Adauto Lourenço, como físico, deve compreender bem: a escala de tempo.

Argumento 6


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