A genética da conservação é o uso da teoria e técnicas da genética para reduzir os riscos de extinção em espécies ameaçadas. Estamos vivendo a sexta grande extinção de espécies da história da Terra e ela é fruto da ação humana. De acordo com os dados de 2008, estavam classificadas como ameaçadas muitas espécies: peixes (30%), anfíbios (21%), répteis (25%), aves (12%) e mamíferos (24%), segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Vale lembrar que de lá para cá, ocorreu, por exemplo, a extinção do rinoceronte negro ocidental -Diceros bicornis longipes- que se encontrava criticamente ameaçado em 2008.
Para se ter uma noção do quanto que
as atividades humanas têm causado danos preocupantes à biodiversidade, vejamos
alguns dados sobre espécies extintas entre os anos de 1600 e 2002 :
Táxons
|
Total
|
Porcentagem de táxons
|
Porcentagem de extinções em
ilhas
|
Mamíferos
|
85
|
2,1
|
60
|
Aves
|
113
|
1,3
|
81
|
Répteis
|
21
|
0,3
|
91
|
Anfíbios
|
2
|
0,05
|
0
|
Peixes
|
23
|
0,1
|
4
|
Invertebrados
|
98
|
0,01
|
49
|
Plantas com flores
|
384
|
0,2
|
36
|
Como podemos ver, as plantas são as mais atingidas, com 384 extinções até então. Ainda de acordo com a IUCN, as plantas também apresentam o maior número de espécies ameaçadas (48% de todas as espécies), com 53% dos musgos, 23% das gimnospermas, 54% das angiospermas dicotiledôneas e 26% das monocotiledôneas nesta situação.
Sobre a extinção das espécies, precisamos compreender inicialmente os seguintes aspectos:
a)
A
extinção é um processo natural e até mesmo necessário ao processo evolutivo;
''De acordo com a teoria da seleção natural, a
extinção das formas antigas e a criação de novas formas aperfeiçoadas estão
diretamente relacionadas.'' (Charles Darwin)
b)
Ao
longo da história da Terra, houve cinco grandes extinções de espécies e mesmo
assim a biodiversidade se restabeleceu após essas grandes extinções;
c)
Atualmente,
as atividades humanas têm acelerado a extinção das espécies de modo
preocupante.
As espécies persistem tipicamente por 5-10 milhões de anos. Quando as extinções são balanceadas pela origem de novas espécies (especiação), a biodiversidade é mantida. No entanto, isso não ocorre nas extinções em massa (para saber mais, sobre as extinções em massa, leia: O Sentido Que a Evolução dá à Vida, da série Dez Argumentos em Defesa da Evolução).
Assim como em muitas áreas do conhecimento, a genética também vem dando importantes contribuições nos cuidados com as espécies ameaçadas de extinção. Entre as principais causas de extinção, atualmente encontram-se a perda de hábitat, a introdução de espécies em áreas indevidas, a sobre-exploração e a poluição.
Assim como em muitas áreas do conhecimento, a genética também vem dando importantes contribuições nos cuidados com as espécies ameaçadas de extinção. Entre as principais causas de extinção, atualmente encontram-se a perda de hábitat, a introdução de espécies em áreas indevidas, a sobre-exploração e a poluição.
Um dos aspectos mais importantes para
a genética da conservação é o tamanho de uma população (população biológica é a
quantidade de seres DA MESMA ESPÉCIE que vivem em uma determinada área). O
risco de extinção é estimado com base no tamanho da população e na taxa de
declínio populacional.
Quando as populações naturais
diminuem, elas se tornam mais vulneráveis a efeitos estocásticos (acidentais) negativos,
como a endogamia (cruzamento entre ''parentes próximos'', ou seja, filhos de
pais relacionados, ou próximos), a deriva genética (oscilações na frequência de alguns alelos na população, podendo haver inclusive o desaparecimento de alguns alelos) e catástrofes ambientais.
A endogamia reduz a taxa de
nascimentos e aumenta a taxa de mortalidade, além de não ser favorável à
variabilidade genética. A perda da diversidade genética, decorrente da
diminuição de uma população natural, reduz a habilidade de tal população
adaptar-se às mudanças ambientais por meio da seleção natural.
Cada espécie que desaparece, é uma
perda inestimável à humanidade e ao meio ambiente. A conservação de uma espécie
biológica é ao mesmo tempo uma necessidade econômica, ecológica, estética e
ética.
REFERÊNCIAS:
FRANKHAM, R.; BALLOU, J. D.; BRISCOE, D. A. Fundamentos de Genética da Conservação. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 2008.
DARWIN, C. R. A Origem
das Espécies. Mantin Claret.
4ª Ed. 2004.
SITES
The IUCN Red List of Threatened Species. http://www.iucnredlist.org/details/39319/0
SITES
The IUCN Red List of Threatened Species. http://www.iucnredlist.org/details/39319/0
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