domingo, 16 de fevereiro de 2014

Contra a Extinção das Espécies #Genética Traduzida e Comentada



       A genética da conservação é o uso da teoria e técnicas da genética para reduzir os riscos de extinção em espécies ameaçadas. Estamos vivendo a sexta grande extinção de espécies da história da Terra e ela é fruto da ação humana. De acordo com os dados de 2008, estavam classificadas como ameaçadas muitas espécies: peixes (30%), anfíbios (21%), répteis (25%), aves (12%) e mamíferos (24%), segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Vale lembrar que de lá para cá, ocorreu, por exemplo, a extinção do rinoceronte negro ocidental -Diceros bicornis longipes- que se encontrava criticamente ameaçado em 2008.

 
       Para se ter uma noção do quanto que as atividades humanas têm causado danos preocupantes à biodiversidade, vejamos alguns dados sobre espécies extintas entre os anos de 1600 e 2002 :

Táxons
Total
Porcentagem de táxons
Porcentagem de extinções em ilhas
Mamíferos
85
2,1
60
Aves
113
1,3
81
Répteis
21
0,3
91
Anfíbios
2
0,05
0
Peixes
23
0,1
4
Invertebrados
98
0,01
49
Plantas com flores
384
0,2
36











Como podemos ver, as plantas são as mais atingidas, com 384 extinções até então. Ainda de acordo com a IUCN, as plantas também apresentam o maior número de espécies ameaçadas (48% de todas as espécies), com 53% dos musgos, 23% das gimnospermas, 54% das angiospermas dicotiledôneas e 26% das monocotiledôneas nesta situação.

Sobre a extinção das espécies, precisamos compreender inicialmente os seguintes aspectos:

a)      A extinção é um processo natural e até mesmo necessário ao processo evolutivo;

''De acordo com a teoria da seleção natural, a extinção das formas antigas e a criação de novas formas aperfeiçoadas estão diretamente relacionadas.'' (Charles Darwin)


b)      Ao longo da história da Terra, houve cinco grandes extinções de espécies e mesmo assim a biodiversidade se restabeleceu após essas grandes extinções;

c)      Atualmente, as atividades humanas têm acelerado a extinção das espécies de modo preocupante.


As espécies persistem tipicamente por 5-10 milhões de anos. Quando as extinções são balanceadas pela origem de novas espécies (especiação), a biodiversidade é mantida. No entanto, isso não ocorre nas extinções em massa (para saber mais, sobre as extinções em massa, leia: O Sentido Que a Evolução dá à Vida, da série Dez Argumentos em Defesa da Evolução).

       Assim como em muitas áreas do conhecimento, a genética também vem dando importantes contribuições nos cuidados com as espécies ameaçadas de extinção. Entre as principais causas de extinção, atualmente encontram-se a perda de hábitat, a introdução de espécies em áreas indevidas, a sobre-exploração e a poluição.

        Um dos aspectos mais importantes para a genética da conservação é o tamanho de uma população (população biológica é a quantidade de seres DA MESMA ESPÉCIE que vivem em uma determinada área). O risco de extinção é estimado com base no tamanho da população e na taxa de declínio populacional.

       Quando as populações naturais diminuem, elas se tornam mais vulneráveis a efeitos estocásticos (acidentais) negativos, como a endogamia (cruzamento entre ''parentes próximos'', ou seja, filhos de pais relacionados, ou próximos), a deriva genética (oscilações na frequência de alguns alelos na população, podendo haver inclusive o desaparecimento de alguns alelos) e catástrofes ambientais.

       A endogamia reduz a taxa de nascimentos e aumenta a taxa de mortalidade, além de não ser favorável à variabilidade genética. A perda da diversidade genética, decorrente da diminuição de uma população natural, reduz a habilidade de tal população adaptar-se às mudanças ambientais por meio da seleção natural.


      Cada espécie que desaparece, é uma perda inestimável à humanidade e ao meio ambiente. A conservação de uma espécie biológica é ao mesmo tempo uma necessidade econômica, ecológica, estética e ética.



REFERÊNCIAS:


FRANKHAM, R.; BALLOU, J. D.; BRISCOE, D. A. Fundamentos de Genética da Conservação. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 2008.

DARWIN, C. R. A Origem das Espécies. Mantin Claret. 4ª Ed. 2004.



SITES

The IUCN Red List of Threatened Specieshttp://www.iucnredlist.org/details/39319/0




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