Herbert Araújo
A musica é uma
arte presente nas mais diferentes culturas e é composta por três elementos
fundamentais: o ritmo (distribuição dos sons no tempo), harmonia (combinação
das notas) e melodia (combinação das notas do campo harmônico em determinados intervalos
de tempo). Letra, é opcional; o que conta mesmo é a criatividade e gosto, sendo
tudo isso enriquecido pela diversidade de gêneros e estilos.
Tem gente que
fala que gosta de “MPB” por ser ela enriquecida com boas letras e “musica de
verdade tem que ter letra”. Se fosse assim, a 9ª Sinfonia do Beethoven, a
sinfonia Nº 43 do Mozart, ou a Toccata et Fugue, do genial Bach, não seriam
música, pois não têm letra! Gosto de MPB (que é muitas vezes confundida com o
New Brasilian Jazz, ou jazz brasileiro, que se popularizou com o nome de Bossa
Nova, e que é uma parte da MPB) e do modo como os seus representantes (do Tom
Jobim ao Lenine) misturam o popular com o erudito. A musica brasileira é tão
diversa como nosso povo.
Aliás, bandas brasileiras ganharam o mundo misturando. A Nação Zumbi, com seu Maracatu Atômico, apreciado pelos estadunidenses, a polêmica Sepultura, a Cabruêra, com seu Jazz nordestinizado. E uma banda cuja repercussão internacional desconheço, mas que também merece destaque: O Teatro Mágico, que além de misturar diferentes tipos de música, adiciona pitadas de poesia e arte circense nos seus trabalhos. Mas a ousadia exige competência, como a demonstrada pela banda Angra, que uniu musica clássica e rock pesado, se tornando um sucesso mundo afora. Já surgiu chamando a atenção pela maestria de suas composições feitas por músicos jovens e de alto nível, como seu primeiro vocalista André Matos (que além de mandar bem no canto lírico é formado em regência e composição) e o guitarrista Kiko Loureiro, considerado um dos melhores do Brasil e internacionalmente reconhecido pela excelência de sua técnica.
Aliás, bandas brasileiras ganharam o mundo misturando. A Nação Zumbi, com seu Maracatu Atômico, apreciado pelos estadunidenses, a polêmica Sepultura, a Cabruêra, com seu Jazz nordestinizado. E uma banda cuja repercussão internacional desconheço, mas que também merece destaque: O Teatro Mágico, que além de misturar diferentes tipos de música, adiciona pitadas de poesia e arte circense nos seus trabalhos. Mas a ousadia exige competência, como a demonstrada pela banda Angra, que uniu musica clássica e rock pesado, se tornando um sucesso mundo afora. Já surgiu chamando a atenção pela maestria de suas composições feitas por músicos jovens e de alto nível, como seu primeiro vocalista André Matos (que além de mandar bem no canto lírico é formado em regência e composição) e o guitarrista Kiko Loureiro, considerado um dos melhores do Brasil e internacionalmente reconhecido pela excelência de sua técnica.
A banda
finlandeza Nightwish, também ganhou o mundo juntando rock, musica clássica e
competência. Pois é, misturar não é exclusividade dos brasileiros. O exemplo
mais chamativo: se você ouvir o violão clássico do sueco Yngwie
Malmsteen,
jamais vai imaginar se tratar de um metaleiro cabeludo que manja música clássica. E que suas composições já foram executadas
pela filarmônica de Tókio, num concerto em que os solos ficavam não a cabo do
violino ou piano, mas do som pesado da guitarra Stratocaster do próprio Malmsteen.
A reação do público? Aplaudiu de pé a mistura de musica clássica e rock
(Baroque & roll).
Música é assim
mesmo, se você ouve funk carioca e pensa que funk não é musica, pode se
surpreender com o trabalho do baixista Victor Wooten. Se acha que forró é
musica de caipira ou matuto, pense em quantos teatros já foram lotados para a
apreciação da sanfona do Sivuca. Se supõe que o rock não tem qualidade, conheça
o metal progressivo do Dream Theater, a banda toca jazz e rock de primeira
linha (o baterista Mike Mangini entrou para o livro dos recordes como o mais veloz
e o guitarrista -John Petrucci- é considerado um dos mais técnicos do mundo).
O samba bem
arranjado dos Demônios da Garoa, a batida do Olodum, o violão do Baden Powell,
Jorge Vercillo, ou mesmo da dupla Victor e Léo, em sua simplicidade, a erudição
do Villa-Lobos, do João Gilberto, a energia da Oficina G3, o rap do Rapadura ou
do Gabriel O Pensador, são todos componentes dessa arte, e não distorções da
mesma, pois ela consiste em um conjunto de poucas notas, seus intervalos e uma
infinidade de possibilidades.
Confira:
Angra - Lease Of Life (Official Videoclip)
Baden
Powell - Berimbau
http://www.youtube.com/watch?v=j1sok3vvsBE
Dream Theater - The Spirit
Carries On Score
John Petrucci - Glasgow
Kiss
Lenine
- Todas Elas Juntas Num Só Ser
Nação Zumbi - Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada
http://www.youtube.com/watch?v=ICHvZwueL_Q
Nightwish - Deep Silent Complete
O Teatro Mágico - Sonho de uma Flauta
RAPadura (Norte Nordeste me Veste)
Victor Wooten - U Can't
Hold No Groove
4 comentários:
Esse texto poderia se desdobrar em outros textos. Muito bom.
Realmente, falar de música rende um tanto. É uma arte maravilhosa, da qual gostaria de entender mais, e quem sabe, escrever mais sobre o assunto em breve. Obrigado Rafael, e se quiser contribuir, já sabe, o espaço encontra-se aberto.
Muito bom, passar a compreender o quanto as músicas, por mais "distantes" que possam parecer, na verdade têm uma interligação fantástica e digna de reconhecimento.
Eu que achava meu "estilo" resumido a certos conceitos, posso hoje ter uma nova visão sobre cada um. Você me fez compreender isto.
Ótimo texto!
Parabéns. Adorei o texto e o conteúdo. Também sou cantora erudita e misturo minha musicalidade com com o tradicional forró nordestino.
A música é uma arte, que não poderíamos viver sem ela!
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